Tuesday, November 18, 2008

Extremamente Sexy ?

Está mentindo a mulher que, ao se imaginar com um par de meias 7/8, já não crie um universo sexy e cheio de boas surpresas...

Pois eu digo que, se fosse levar em conta a primeira experiência, eu jamais voltaria a usá-las...

Ganhei um par de meias 7/8 de uma das minhas tias, e na ocasião eu não tinha, na verdade, um motivo especial para usá-las, e assim, elas ficaram por um bom tempo guardadas na gaveta.

Uma bela manhã, enquanto eu procurava algo para vestir para o trabalho, encontrei uma saia, envelope, preta, simples. Fui buscar nas gavetas a básica meia-calça, quando me deparei com as meias 7/8, e pensei, porquê não ? Vesti as meias - que naquela época ainda não tinha a tecnologia das fitas de silicone - e é claro que eu não tinha cinta-ligas.. Fiz um teste, andei pela casa, estavam perfeitas !

Fui trabalhar. Um ônibus, metrô e quase duas horas depois e mais alguns quarteirões de caminhada, e eu estaria pronta sentar na minha mesa, misteriosa e sexy. Não importava que ninguém visse. "Eu" me sentia assim.

Chego finalmente na Estação Conceição do Metrô, com aquele quê de mulher fatal, ainda que a saia comportadíssima escondesse o efeito das meias 7/8.

Já na escada rolante tive uma sensação estranha. Calma, não era o meu poder de sedução atraindo nenhum admirador, ao contrário, algo não estava certo. Mais alguns passos e finalmente descubro de onde vem a estranheza As meias estavam "enrolando" e descendo - desculpem-me a expressão - pernas abaixo.

O cenário da tragédia era dos piores possíveis. Saída do metrô, às 7:30 hs da manhã, as calçadas lotadas de pessoas apressadas, e os habituais ambulantes vendendo desde bilhetes, cartões telefônicos, até café com leite, pão de queijo e frutas. Uma feira ao ar livre na manhã agitada de São Paulo.

E as meias, ladeira abaixo, silenciosas e imperdoáveis. E por mais que eu, tentasse em vão segurar com as mãos - por cima da saia, claro !!! - não havia meios de fazê-lo discretamente, até porque eu tive que me curvar um pouco, pois já quase chegava aos joelhos e consequentemente à barra da saia.

Não me pergunte quantas pessoas perceberam o meu desespero e eu tampouco fiz questão de saber se os habituais "elogios dos cavalheiros ambulantes " eram para mim. Uma vergonha !!

Quanto mais pressa eu tinha de chegar ao escritório, mais a situação ficava incontrolável.

Conclusão: ao invés da entrada triunfal da mulher extremamente sexy, o que se viu, foi uma garota quase aos prantos segurando a barra da saia e rezando para que o bonitão do escritório não percebesse o grande mico que se desenrolava - novamente o trocadilho - com as fatídicas meias 7/8.

Ah, por favor, não ria. Este trauma eu só consegui superar muitos anos depois, com a invenção das fitas de silicone que garantiriam um Dia dos Namorados perfeito !

E definitivamente aprendi que, algumas coisas foram feitas somente para ocasiões muito especiais.