Thursday, December 11, 2008

Lei, signorina, parla italiano ?

Aprender um outro idioma é sempre muito bom, mas as falsas semelhanças entre línguas irmãs são certas e rendem muita confusão: Quem não se lembra de um comercial de TV onde um turista acabava preso no aeroporto por achar que seu “portunhol” era suficiente ?

Mas é gratificante poder praticar um novo idioma em seu país de origem. Então vamos nos aventurar por ai e praticar o inglês, o espanhol, francês, italiano, alemão, e porque não, mandarim e japonês ? Caaalma.. claro que eu não conheço todos estes idiomas, ainda... minha proeficiência nas línguas estrangeiras varia do nivel básico ao intermediário e se limita ao inglês, espanhol e agora, per puro piacere, o italiano.

Já estive na Argentina, Chile e Espanha, todos a trabalho, e acredito que o meu “espanhol” não fez muito feio. Compreendi, fiz-me compreender – não sem uma natural dificuldade – e passei ilesa de maiores vexames.. Mas foi na Italia onde mais me diverti. Talvez porque estivesse exclusivamente de turista, ou porque o idioma italiano seja o meu hobby atual, mas acredito realmente que a maior contribuição foram os próprios italianos que são em sua maioria muito acolhedores, divertidos e sim, de verdade, galantes, como diz a fama que os precede no mundo todo.

Em Roma ouvi um bello integrante da guarda suíça do Vaticano dizer à uma turista interessadíssima nos seus lindos olhos verdes, que l’italiano era la língua più romantica del mondo.

Confesso que enfrentar o dia-a-dia na Italia foi a forma mais gostosa de aprender italiano, e supera qualquer didática. O que aprendemos nos apuros da comunicação in loco, não esquecemos jamais !

Ainda em Roma, fui até a recepção do hotel pedir uma toalha de banho extra – ah, sim, tinha telefone nos quartos, mas é muito mais fácil, quando as palavras são insuficientes, nos fazermos entender pessoalmente . E pedi ao simpatissíssimo Sami (nosso recepcionista da noite): “Guardi, Sami, ho bisogno di un’ altra .. hum.. no lo so come se dice in italiano.. em portoghese si chiama toalha.”, e Sami, enquanto observava minhas mímicas juntamente com metade das pessoas que estavam na recepção, disse-me: “Ah, si, ho capito: asciugamàno. Piccola o grande ? “ . Viu como foi simples ??

E já no fim do roteiro turístico, chegamos em Lugano, Suiça, divisa da Italia, e onde também si parla italiano e lá fui eu mais uma vez na recepção do hotel pedir, desta vez, um outro lençol, palavra esta que eu não sabia, nem em italiano, nem em inglês. Estava muito calor, e no quarto só tínhamos um pesadíssimo edredon de penas de ganso. E subitamente me ocorreu que se cobrir em italiano podia não ser “coprire” ou pior, que coprire tivesse um outro significado, mas não conseguia pensar em nenhuma outra palavra, e arrisquei... “Buona sera, signore, per favore, ho bisogno di un’altra cosa per dormire, per coprire”. Ao que prontamente respondeu o galante ragazzo, com sorriso aberto e um olhar mais que atencioso :io .

Vermelha de vergonha , caí na risada, claro, dizendo “Nããoo !!!”. Mas ele havia sim me compreendido, e tive que explicar que, não, eu não queria outro plumone (edredon): “non, signore, quell’ altro perchè fa molto caldo oggi”.. E ele novamente: “Ah. Si.. lenzuole”.

E esta foi mais uma oportunidade, entre tantas, dos italianos se ofecerem em galanteio, namoro e até em casamento.

E assim, lenzuole e asciugamàno são duas palavras que ficaram registradíssimas no meu subconsciente.

E eu não vejo a hora de ritornare in Italia , para praticar mais o idioma, e quem sabe encontrar meu Marcello Mastroianni e banhar-me nas águas da Fontana di Trevi, em Roma, como Anita Ekberg em La Dolce Vita”.

Arrivederci ragazzi !!